POSSO BATER NO MEU FILHO?
- luizfernandodph
- 24 de jan.
- 2 min de leitura
Obviamente, a imensa maioria de pais e mães amam seus filhos e desejam que eles cresçam fortes emocionalmente, que sejam independentes, façam as atividades com autonomia, sejam corajosos, admirados e queridos por todos, com elevada autoestima e capazes de ver valor em si mesmos.
É importante sempre ter em mente que todos os estímulos que a criança recebe durante a infância irão se transformar em aprendizados. Esses aprendizados acontecem a partir de significados, bons ou ruins, positivos ou negativos, que a criança atribui aos estímulos percebidos a partir de tudo aquilo que ela vê, ouve, sente, experimenta e vivencia. Quanto maior a frequência e a intensidade emocional desses estímulos, mais fortes e enraizados serão os aprendizados e as consequentes conexões e sinapses neurais que serão impressas e estabelecidas no cérebro da criança, ainda em formação, transformando-se em modelos mentais, ou seja, verdades absolutas, convicções profundas e impactantes que irão reger inconscientemente a vida adulta dessa criança, bem como a forma como ela irá enxergar a si mesma e como irá se relacionar com as outras pessoas.
Como as crianças ainda não possuem filtros cognitivos e racionais estruturados, esses significados, que serão a base dos aprendizados, são recebidos e interpretados por ela de forma totalmente emocional e não-racional; assim, a criança irá aprender não tanto pelos acontecimentos em si, mas pela forma como esses acontecimentos serão percebidos por ela.
Ora, quando o pai ou a mãe bate em seu filho, muitas vezes o “aprendizado” que pode estar sendo impregnado no inconsciente dessa criança, é dado a partir de um significado negativo que a criança atribui ao fato, de que, se seus pais (que são as duas pessoas que mais a amam no mundo), a estão tratando dessa forma, punindo ou castigando fisicamente, é porque ela não deve ser boa, nem merecedora, nem ter valor.
Em resumo, estão ensinando a criança exatamente o oposto do que desejam para ela.
A criança que apanha dos pais, também poderá desenvolver uma crença interior de que amor está ligado à castigo, briga, raiva, punição. E, muito provavelmente, irá repetir esse padrão na vida adulta em suas relações afetivas, seja porque foi isso que ela aprendeu de forma inconsciente em sua infância, seja porque irá buscar (sempre inconscientemente) uma maneira de tentar reparar aquilo que vivenciou quando pequeno.
Como pai e educador parental, acredito firmemente que existem formas mais eficazes de educar os filhos. É possível ser firme e ter disciplina, sem ser punitivo ou agressivo. É possível ensinar e preparar os filhos para vida adulta de forma amorosa e carinhosa, sem ser permissivo. É perfeitamente viável ensiná-los e ajudá-los a crescerem fortes emocionalmente, com responsabilidade, autonomia e coragem, sendo firme e gentil ao mesmo tempo.
E você, o que pensa a esse respeito? Como pai ou mãe, faz sentido pra você?




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